Escrito por Denise Bonfanti em 09/02/2022 | Atualizado em 01/03/2022
Especialista da Linx aborda como aplicação de IA pode ser escolha certeira; 51% das empresas na América Latina já lucram mais com a tecnologia
A pandemia trouxe mudanças irreversíveis rapidamente para o mercado, e o comércio varejista não escapou disso. Processos baseados em Inteligência Artificial (IA), antes podiam parecer distantes e destinados apenas aos maiores players do mercado, mas agora estão sendo buscados e implementados por diversos segmentos, incluindo o varejo físico. Os motivos para investir em IA estão sendo mais discutidos do que nunca. Um estudo do Boston Consulting Group (BCG) e do MIT Sloan Management Review (MIT SMR) revelou que na América Latina 51% das empresas que utilizam IA foram capazes de lucrar por meio da tecnologia, sendo que 52% usam para desenvolver maneiras inéditas de gerar valor e 33% direcionam o foco para a melhoria de processos que já existem. Os dados demonstram que, para além do retorno financeiro, a IA pode ser inovadora no negócio em outras frentes importantes.
O varejo físico agora se encontra em um cenário promissor em relação à presença do público, considerando as atuais taxas de vacinação da população, que já se sentem mais confortáveis para ir às ruas. Dados do Índice de Performance do Varejo (IPV), HiPartners Capital & Work e da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) mostraram que o fluxo de setembro a outubro nas lojas físicas cresceu 14%. Ao mesmo tempo, esse consumidor que vai às lojas não é o mesmo de 2019, desde que passou a ter mais experiências digitais nos últimos quase dois anos. Para Gilsinei Hansen, head da Linx, unidade de negócio focada em soluções para o varejo da Linx, a digitalização não é somente uma tendência: “Ter tudo mais rápido e fácil entrou na rotina do varejo e é algo esperado pelo cliente. O uso de IA é uma opção certeira para as lojas físicas que querem se posicionar, ter maior margem para lucrar e oferecer uma jornada de compras sem atritos e omnichannel. Além disso, é a chance de conhecer melhor seu público e desenvolver um relacionamento personalizado com cada um”, comenta.
Apesar de geralmente associada com ações complexas de tecnologia, dentro do universo do varejo, a Inteligência Artificial já está sendo aplicada no dia a dia. Lojas físicas já possuem e-commece ou marcam presença em marketplaces contam com bots de atendimento que usam IA podem performar de forma veloz, personalizada e “humanizada” com o cliente, por exemplo. Softwares que recolhem e analisam dados para gerar insights sobre o consumidor também utilizam IA para isso, otimizando as estratégias de marketing das lojas para oferecer o produto certo. Por isso, mais do que nunca, empresas especialistas estão olhando com atenção para essa questão.
“Recentemente, fizemos uma parceria com a empresa espanhola Analyticalways, para oferecer serviços de Inteligência Artificial, machine learning e análise de dados por meio da integração entre softwares para nossos clientes do nicho de moda e varejo de serviços, da vertical Shopping. Queremos ser o meio integrador para os varejistas do físico que querem aplicar IA, mas ainda não sabem como começar de forma prática. É nesse momento que a solução poderá atuar, oferecendo essa base para as lojas”, comenta Hansen.
Vantagens internas para o negócio também estão sendo observadas. O mesmo estudo do BCG e do MIT SM também mostrou que na América Latina 71% das empresas afirmam que o uso de Inteligência Artificial melhorou a tomada de decisão das equipes, 63% sentiram que o trabalho ficou mais eficiente e 61% que a confiança geral da equipe foi otimizada. “Em muitos casos, isso pode acontecer porque a tecnologia proporciona rapidez, análises assertivas e bons resultados, o que contribui para o negócio como um todo. As lojas físicas são ambientes dinâmicos, mas que podem ser mais atrativas e funcionais para todos – desde os funcionários até o cliente final. Internamente, estabelecemos essa parceria com a AA porque queremos mostrar que IA pode estar em várias áreas, auxiliando o atendente para reconhecer quem está comprando, organizando o giro de estoque constantemente e no geral, aprimorando a experiência do negócio. Inteligência Artificial abre as portas para prever caminhos e resultados, evitando possíveis erros”, finaliza o executivo da Linx.