Escrito por Denise Bonfanti em 13/12/2021 | Atualizado em 01/03/2022
No início de 2021, o setor cresceu 21,2% em valor; especialista da Linx avalia como a tecnologia pode ser aliada nesse crescimento
As mudanças no comportamento do cliente impactaram diretamente no crescimento de alguns setores do varejo, principalmente durante a pandemia. O consumo on-line teve um salto impressionante entre 2020 e 2021, com o público cada vez mais digitalizado. Um exemplo claro pôde ser visto recentemente na Black Friday, com o número de pedidos em marketplaces tendo um crescimento de 115%, de acordo com dados da base de clientes omnicanais da Linx Digital. Para além disso, os brasileiros passaram a buscar mais agilidade na hora de comprar. Combinando essas duas frentes, temos o nicho dos “mercados de vizinhança”, negócios pequenos que prometem entregar conveniência e autonomia para o consumidor. Um estudo da Nielsen mostrou que no primeiro trimestre de 2021, esse tipo de comércio cresceu 21,2% em valor e 9,4% em volume em relação ao mesmo período de 2020. E trazendo a tecnologia para a mesa, uma sondagem do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo (Sincovaga) revelou que houve aumento de 63% na modalidade de vendas on-line dos mercados de vizinhança – e 79% destes estão investindo em redes sociais para alcançar mais pessoas.
A tecnologia está sendo um fator propulsor para esses negócios, que podem englobar desde padarias, lojas de conveniência, minimercados, empórios, lojas de bebidas até mercados autônomos em condomínios. Para Samuel Carvalho, gerente de Mercados de Proximidade da Linx, especialista em tecnologia para o varejo, a digitalização não deve ficar restrita somente aos grandes players: “Com essa aceleração, o cliente espera encontrar mais vantagens independentemente do porte negócio – e isso inclui mais tecnologia. Para os mercados de vizinhança, é interessante usar os meios digitais para agilizar ainda mais a jornada de compra do cliente. Atendimento personalizado, gestão de ponta a ponta e serviços como totens de autoatendimento são alguns exemplos”, comenta.
Uma pesquisa global da PwC relevou que 55% dos brasileiros estão dando preferência para negócios locais/independentes, como forma de apoio pelos impactos causados pela pandemia. Além disso, 46% aumentaram a frequência e o volume de compras nesses mercados de vizinhança. “Os pequenos e médios varejistas desse nicho muitas vezes não tem um escopo que permite uma equipe dedicada para pensar em inovação tecnológica. Nesse momento, uma opção é investir em um sistema de gestão que seja capaz de englobar frentes diversas, como estoque, delivery, meios de pagamento e análise de dados. Mais cedo neste ano, a Linx decidiu dedicar uma nova vertical de negócio para o setor dos mercados de vizinhança, pensando que esses varejistas têm necessidades muito específicas”, afirma Carvalho.
Ainda de acordo com o levantamento da PwC, 14% dos brasileiros levam em conta na hora de comprar presencialmente se a loja oferece características inovadoras e imersivas – como informações digitais dos produtos, caixas de autoatendimento e processos 100% automatizados. Os meios de pagamento, tema em alta durante todo o ano de 2021, precisam ser lembrados e disponibilizados pelo varejista do mercado de vizinhança. Um estudo feito pela Fundação Dom Cabral mostrou que no pequeno varejo, o Pix já é a quarta modalidade mais aceita, com 83,9%, atrás apenas de dinheiro, com 96% e dos cartões de crédito e débito, com 91,5% e 89,7& de aceitação, respectivamente.
Com o Natal e Ano Novo a poucas semanas, o varejo de vizinhança também possui potencial para movimentar as vendas, afinal é uma época que reúne as pessoas e tem os mais diversos consumos – do presente de amigo secreto ao jantar com amigos e familiares. “A digitalização pode ser um grande apoio – tanto para as compras físicas, quanto 100% on-line ou mesmo as omnicanais, em que o cliente pode iniciar a jornada no virtual e buscar seus produtos presencialmente, ou vice-versa. Focar em catálogos de promoções, clube de fidelidade ou descontos progressivos é tão válido para esse setor quanto para super e hipermercados. Conhecendo o público a fundo, é possível direcionar melhor para onde irão os esforços, afinal nenhuma loja consegue ser completamente digital do dia para a noite. O importante é entender que pequenos passos já são notados e ganham a preferência dos clientes”, finaliza o executivo da Linx.