Escrito por Denise Bonfanti em 21/03/2022 | Atualizado em 31/03/2022
Faturamento do setor de panificação passou de R$ 100 bilhões em 2021
Item básico na mesa do brasileiro, o pãozinho francês é um dos grandes responsáveis por mover o setor de panificação do país, com 41 milhões de consumidores diários, de acordo com a Associação Brasileira de Panificação e Confeitaria (ABIP). Neste Dia Nacional do Pão Francês (21), a data ganha ainda mais significado para os negócios típicos dos mercados de vizinhança, incluindo as padarias, segmento do varejo que tem como principal característica a conveniência, justamente pela proximidade dos estabelecimentos no dia a dia do consumidor. Ainda segundo a ABIP, o setor de panificação faturou R$ 105,85 bilhões em 2021, um crescimento de 15,3% em relação a 2020, mostrando a força do segmento como um serviço essencial.
Embora o verdadeiro protagonismo das padarias fique por conta do pão francês – também conhecido como pão de sal ou carioquinha -, esses estabelecimentos, formados em grande parte por micro, pequenos e médios empresários, vem diversificando a oferta de produtos para atender às expectativas do novo consumidor. Afinal, com o atual cenário internacional que afeta a importação de commodities como o trigo – matéria prima para a produção do pão francês – as consequências do embate entre Rússia e Ucrânia vem impactando a oferta do produto no Brasil e, consequentemente, os preços aplicados nas padarias no país. A Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos (Abimapi) prevê que o quilo do pão passe dos R$ 20. Mais do que nunca, esse é um bom momento para que as padarias revejam estoques e ofertas.
“As padarias de hoje precisam analisar profundamente o negócio para ampliar suas estratégias para o digital, como estar presente em marketplaces, vender via e-commerce ou rede social e até usar serviços próprios de delivery. Isso é essencial, pois o cliente quer ter o poder de escolha durante toda a jornada de consumo. O mix de produtos diverso irá atrair públicos que não querem apenas comprar o pão de cada dia, e buscam itens básicos para casa, por exemplo” comenta Samuel Carvalho, gerente de Mercado de Proximidade na Linx, líder e especialista em tecnologia para o varejo.
Atualmente, a cidade de São Paulo concentra o maior número de padarias do Brasil, com 22 mil unidades, ou 30% do mercado total, segundo o Sindicato Sampapão. Além disso, um estudo do Sebrae mostrou que durante o início da pandemia, de janeiro a junho de 2020, cerca de 4.500 paulistanos(as) decidiram empreender na área de pães. “Muitos dos negócios estão optando por funcionar em horários diferentes, algumas até 24 horas, como estratégia para atrair e fidelizar mais pessoas. A pandemia fez com que muitos empreendedores iniciassem seu caminho no ramo de panificação, mesmo que artesanalmente. Pensando no potencial desse mercado, as tecnologias são fundamentais para profissionalizar os negócios, colocando-os em outro patamar”, afirma Carvalho.
Pesquisa recente da Microsoft identificou que 93% das empresas brasileiras aceleraram os processos de transformação digital nos últimos meses. “É fato que, por conta das limitações de equipe que fazem parte da existência das MPME’s, aplicar a tecnologia de maneira prática em negócios como os de padaria não é tarefa simples. Por isso que empreendedores(as) podem optar pela contratação de soluções completas e próprias para auxiliar de ponta a ponta, desde a gestão das vendas até a criação de promoções, serviços de autoatendimento e de delivery. Só não é válido deixar de acompanhar as tendências do varejo de vizinhança”, finaliza o executivo da Linx.