Escrito por Brendda Costa em 26/04/2021 | Atualizado em 27/04/2021
Especialista da Linx indica tendências e estratégias para o varejo na data
Em 2020, o Dia das Mães, segunda maior data do varejo brasileiro, foi marcado pelo digital. De acordo com levantamento do Compre&Confie, o e-commerce faturou R$ 5,7 bilhões na data, aumento de 116% em relação a 2019. Foi assim com praticamente todas as datas do ano e o movimento segue em 2021 – segundo a E-bit | Nielsen, a expectativa é que o e-commerce cresça 26% e fature R$ 110 bilhões.
De acordo com Caio Camargo, diretor comercial da Linx, empresa líder em tecnologia para o varejo com 45,6% de market share do setor, mesmo com uma leve melhora nos indicadores da saúde e flexibilizações em alguns estados, o digital continua o ponto forte para as vendas neste Dia das Mães. Ele indica as sete principais estratégias para o varejo na data.
Aposte em novos canais e digitalização
Na pandemia, diversos lojistas precisaram se digitalizar e expandir sua atuação para além do varejo físico. Camargo defende que, já inseridos no ambiente digital, eles podem buscar mais de um canal para vender, como as redes sociais. “Uma pesquisa da Panorama Mobile Time e Opinion Box aponta que mais de 93% dos brasileiros usam o WhatsApp. É um canal de vendas que já está na mão do consumidor brasileiro e que o varejista precisa utilizar, além de ter um e-commerce próprio e estar nos principais marketplaces do mercado”, diz.
Para o executivo, a digitalização deve continuar mesmo quando as vendas do varejo físico voltarem. “O consumidor se acostumou a comprar com agilidade e conforto no on-line e estará mais exigente quando voltar para a loja física”, complementa.
Conectividade, suporte e e-commerce funcional
Para Camargo, o varejista deverá manter sua loja – seja ela pequena ou robusta – on-line 100% do tempo (ou bem próximo disso) para que não tenha prejuízos com a falta de processamento de vendas. “Se os problemas forem recorrentes, até a reputação com os clientes estará em xeque. Por isso, recomendo contar com um serviço de monitoria de um parceiro de tecnologia. Isso pode fazer a diferença para o varejista nas semanas que precedem o Dia das Mães e deve garantir, além do funcionamento da loja, um suporte adequado para eventuais imprevistos com o fluxo maior de clientes no período”, afirma o especialista, que ainda alerta para a interface do e-commerce, que precisa ser “intuitiva e simples para os consumidores, com um checkout eficiente e transparente”.
Campanhas direcionadas, promoções e vitrine
Com a loja on-line preparada para receber fluxo de acessos, o varejista precisa atrair clientes. Para isso, Camargo alerta para a necessidade de chamar a atenção deles: “campanhas de marketing digital direcionadas e mapear os principais produtos que podem entrar em promoções são os primeiros passos. Também é importante preparar a vitrine do e-commerce, ou seja, aplicar banners promocionais na loja e alterar os layouts de acordo com a data – pense sempre no e-commerce como uma loja física, que precisa ser chamativa para clientes, com produtos bem expostos e decoração adequada”, recomenda.
Catálogos digitais
Camargo afirma que catálogos digitais de produtos fazem muita diferença na experiência do cliente e ajudam na conversão de vendas. “É uma ótima ferramenta para clientes terem acesso fácil aos produtos e promoções da loja. No entanto, é preciso que seja um catálogo intuitivo e moderno – evite aqueles com muitas páginas, em PDF, que não tem boa visualização em smartphones, por exemplo, e aposte nos modelos interativos, que podem ficar disponíveis em hotsites”, recomenda o executivo.
Omnicanalidade para ser ágil
O maior motivo de abandono de carrinho no e-commerce, segundo o Baymard Institute, é o frete caro (53%), enquanto o prazo de entrega muito longo foi citado por 16%. Por isso, caso o varejista não solucione esses pontos em sua loja virtual, é possível que alguns clientes optem por comprar o produto presencialmente. Além das medidas sanitárias e controle de fluxo, é importante aplicar soluções multicanais (omnicanais), que integram as lojas físicas às virtuais, reduzindo o tempo de permanência na loja. Entre elas, boas opções são permitir a compra on-line com retiradas de produtos na loja física mais próxima do cliente (pick up store), por exemplo; ou canais de atendimento como WhatsApp com retirada da mercadoria por Drive-Thru. “São vantagens para o varejista, que consegue atender a um púbico maior sem gasto com transporte e armazenamento da mercadoria, e para o consumidor, que ganha opções, comodidade e preço menor”, diz.
Mais opções de pagamento
Formas de pagamento tradicionais não podem faltar, pois podem garantir a finalização das vendas no e-commerce. Dito isso, Camargo recomenda ao varejista que vá além e ofereça outras opções de pagamento aos seus clientes. Ele cita o exemplo de lojas, que apostam no Pix para vender on-line, e de varejistas que usam os links de pagamento e QR Codes, mas alerta: “sem um sistema adequado, fica muito difícil consolidar os pagamentos no fim do mês ou mesmo checar se o dinheiro realmente caiu na conta na hora, o que pode gerar mais dores de cabeça ao varejista do que se tonar uma saída”.
Live Commerce improvisado
De acordo com estudo da Euromonitor International sobre o consumo em 2020 e 2021, com as mudanças promovidas pela pandemia as empresas deverão redefinir seus espaços e modelos de negócio e oferecer produtos com valor agregado, promovendo novas experiências. Camargo, na mesma linha, afirma que a pandemia mudou os hábitos do consumidor para sempre. Por isso, para os que querem inovar, indica uma das estratégias que vê florescer neste momento de revolução do varejo brasileiro e mundial: o live commerce, que consiste em vendas on-line em redes sociais, principalmente a partir de transmissões ao vivo. “Muitas dessas ações ainda são uma simples e improvisada transmissão de ofertas via YouTube ou Instagram, sem um canal de compra pela plataforma, como acontece na China, onde a estratégia é bem estabelecida. Mesmo assim, vale a aposta”, finaliza.