Shut Down – Vamos desligar o varejo?

Shut Down – Vamos desligar o varejo?

A recente crise causada pela pandemia do Coronavírus expôs nossa sociedade a desafios até então só imaginados em obras de ficção. Isolamento social, criação de hospitais de campanha, bolsas despencando, governantes em desacordo e um estado quase de histeria coletiva. Além dos enormes desafios pessoais que todos enfrentamos, do medo pela nossa saúde e dos entes queridos, há nos empresários de varejo uma preocupação adicional, que é a da perenidade de seus negócios e da manutenção dos empregos por eles gerados.

Costumo dizer que quando a escada rolante para, há duas coisas a fazer – esperar ela religar ou andar com as próprias pernas. Essa situação é análoga ao momento e esperar a escada rolante da economia religar pode ser muito tarde. Quero aqui pontuar formas de nos movimentarmos, mesmo num cenário tão adverso, separadas em quatro frentes:

1. Despesas – precisamos antes de mais nada estancar as despesas que podem ser cessadas, de serviços que não serão prestados. Comece olhando quais são as suas maiores – geralmente aluguel, pessoas e mercadorias. Locadores, mesmo os Shopping Centers, estão disponíveis para uma conversa e revendo valores de ocupação, condomínio e fundo de propaganda. Em seguida, olhe para o seu time e avalie quem tem férias pendente, o saldo de banco de horas, seja criterioso e faça os movimentos necessários para reduzir suas despesas, sem esquecer do papel social do varejo na economia. Por fim, reveja seus pedidos, negocie descontos e prazo com os fornecedores e, na pior das hipóteses, cancele aquilo que não terá condições de revender.

2. Receitas – está difícil, mas longe de estar impossível. Agora é o momento de colher os frutos de anos de bom atendimento e de cultivo de uma boa carteira de clientes. Chegou o momento de sua loja ir até o cliente, fazendo uso de delivery – seja via marketplace ou via plataforma própria com menores taxas, vendas por whatsApp com link de pagamento a distância, venda por “sacola” na casa do cliente e muito incentivo ao ecommerce. Pense que todos podem reanimar o seu negócio, se sua plataforma de ecommerce permitir informação e comissionamento de vendedores no ato da venda, assim a rede de relacionamento de todos os seus colaboradores passa a ser sua rede de potenciais clientes e seu potencial cresce muito. Fique atento às restrições e regulamentações da sua cidade, mas em muitos casos a proibição será apenas para receber o público e não a equipe que pode operar como dark store*.

3. Comunicação e Liderança – É nesse momento surgem os grandes líderes. Mostrar para seu time que há um porto seguro, que eles terão perspectivas e que o mundo irá em algum momento retomar seu ciclo é muito importante para acalmar os ânimos. Criar uma cadência – preferencialmente diária – com o time que não está presente e mostrar que home office não significa férias e que mesmo a distância seguimos com objetivos, podem elevar muito os resultados e manter vivo o espírito de time na sua equipe.

4. Preparação para Retomada – sabe quando pensamos:
– “queria que tudo parasse para fazer um bom inventário”;
– ” não consigo parar para fazer aquela pintura”… e por aí vai.

A situação vai passar e quem estiver mais preparado na sua retomada sairá na frente. Aproveite o tempo do recesso para inventariar e organizar seu estoque, planejar seus próximos ciclos, capacitar muito seu time, turbinar seu ecommerce, descrever seus produtos, integrar seus canais, criar um programa de fidelidade e tantas outras atividades que podem levar seu varejo para um outro nível. Foi uma epidemia que acelerou a Transformação Digital na China, a cada greve dos bancos mais usuários de internet banking surgem e sem dúvida esse movimento que vai transformar o varejo brasileiro, acelerando sobretudo, a omnicanalidade.

Sem dúvida, o momento é um dos mais desafiadores, mas temos duas grandes certezas. Ele vai passar e se não fizermos nada, as consequências serão piores. Chegou o momento de seguirmos lutando e nos preparando para o dia em que os clientes voltarão a bater na nossa porta, querendo um abraço.

 

Pense nisso e boas vendas!

Por Daniel Zanco – Diretor de Segmento Linx

 

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*dark store: O termo traduzido como loja escura, supermercado escuro ou centro pontocom refere-se a um ponto de venda ou centro de distribuição que atende exclusivamente a compras on-line.

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