Faça o rightsizing do seu varejo

Faça o rightsizing do seu varejo

Ter o número correto de lojas, nos lugares certos e com o tamanho adequado, sempre foi um enorme desafio. Veja como a digitalização dos negócios facilita a gestão de sua rede

Se é que existe um lado positivo em situações de crise, é o fato de que esses momentos deixam muito claras as ineficiências e os pontos em que é preciso fazer correções de rota. Muitas vezes, existe um excesso de lojas em determinada região, ou lojas com tamanho mal dimensionados. Como resultado, ou o varejo tem custos altos demais, ou perde oportunidades de venda.

Um exemplo de como o mercado pode ficar desbalanceado é o que vem ocorrendo nos Estados Unidos. Nas duas últimas décadas, o crescimento da área dos shopping centers foi o dobro do crescimento da população do país. Parece claro que em algum momento a conta não iria fechar, não é? Somado ao crescimento do ecommerce e às mudanças de perfil de consumo, que afastaram os clientes das lojas de departamentos, temos o que vem sendo chamado (com algum exagero) de “apocalipse do varejo”.

Na verdade, o que vem acontecendo nos Estados Unidos é que as lojas ruins estão perdendo terreno. O que é até bastante saudável para o varejo como um todo.

Existe um termo em inglês para o processo de ajustar as lojas às necessidades dos clientes: rightsizing. Algo como “deixar do tamanho certo”. E nunca foi tão importante e necessário ter a loja do tamanho certo, na quantidade correta, com o sortimento perfeito, para o público que se tem hoje. E, melhor ainda, com a possibilidade de ajustar a loja de acordo com as mudanças dos clientes.

Por que sempre foi muito difícil fazer o rightsizing?

Em um mundo 100% físico, acertar o número certo de lojas, sua localização e tamanho era praticamente impossível. Mesmo que o comportamento dos consumidores não mudasse tão rapidamente, faltava tecnologia para ajudar a identificar possíveis oportunidades de negócios.

Como se isso já não fosse suficiente, de tempos em tempos surgem eventos não-tecnológicos que mudam a relevância das lojas de uma rede e podem levar a mudanças. Um exemplo é a abertura de uma avenida que aumenta a área de influência do ponto de venda, ao mesmo tempo em que pode dificultar a vida de quem comprava a pé.

Mesmo ciclos econômicos mais longos, que geram riqueza em determinadas regiões, nem sempre conseguem ser acompanhados pelo varejo. Afinal de contas, é preciso alugar ou comprar terrenos para as lojas, e o valor do real estate tem um impacto direto sobre o retorno do negócio.

E, só para complicar mais um pouco, há a concorrência. Em sua cidade, com certeza existe uma região em que existe um número desproporcional de farmácias, lojas de material de construção ou supermercados. Embora existam vantagens na clusterização de pontos de venda (é muito mais fácil comparar preços no varejo físico quando as lojas estão próximas, o que aumenta o fluxo de clientes), a partir de um certo ponto existe uma canibalização das lojas.

Tudo isso faz com que, no varejo físico, fazer o rightsizing seja praticamente impossível. A questão sempre foi diminuir a margem de erro.

O rightsizing no varejo digital

Com a digitalização do varejo, o rightsizing ganha uma série de novas possibilidades. Ao mesmo tempo, gera uma complexidade enorme, especialmente no varejo omnichannel. Com as mudanças no papel das lojas físicas (um tema muito destacado na NRF 2021, em janeiro passado), definir o que é “o mix de lojas ideal” ficou ainda mais complexo:

  • O e-commerce permite que o varejo alcance bairros, cidades, estados e até mesmo países onde não possui nenhuma presença física. A competição das empresas brasileiras com marketplaces chineses no varejo cross border mostra o quanto o consumidor entendeu que, comprando online, não existem fronteiras.
  • Ao mesmo tempo, o ecommerce também se beneficia das lojas físicas. O envio de produtos a partir das lojas físicas ganhou muita força durante a pandemia, teve um crescimento de 142% durante a Black Friday 2020 e respondeu por 63% de todos os pedidos omnichannel na data.
  • Uma frase dita na NRF 2021 por Kate Ancketill, CEO da GDR Creative Intelligence, mostra que é preciso repensar o sentido de uma loja física. Para ela, “o varejo físico vai se tornar um suporte para o varejo digital”. A digitalização da jornada de compra muda a dinâmica de interação dos clientes com as lojas e vai provocar mudanças ainda mais radicais nos negócios.
  • Se a jornada de compras do cliente muda, novos formatos de loja passam a fazer sentido. Lojas sem caixas como a Amazon Go, minilojas em condomínios, formatos de vizinhança, pontos de venda em containers e lojas móveis que vão ao cliente (com um humano dirigindo ou de forma autônoma) se tornam viáveis e mudam completamente a equação de quantas lojas físicas são necessárias. Ou onde precisam estar.
  • Com novos papéis para as lojas físicas, como mini hubs de distribuição, o espaço físico pode ser transformado de acordo com a demanda. A área dedicada às vendas presenciais pode diminuir para abrir espaço para o “clique e retire” e o envio a partir das lojas. Ou mesmo para transformar o local em uma dark store.

O fato é que, no varejo de hoje, não é mais o cliente que vai à loja, e sim a loja que vai ao cliente. Para o rightsizing do varejo, isso é muito bom! Varejistas digitais podem ser mais flexíveis, colocando lojas em momentos específicos, nos locais em que são mais necessárias. Especialmente para negócios ou locais com uma forte sazonalidade (comércio na praia, por exemplo), a flexibilidade do digital cria oportunidades interessantes.

O uso dos dados reais de consumo faz com que o varejo saiba exatamente o que vende e o que não vende em cada lugar, facilitando ajustes na logística, no tamanho das lojas e em seu papel na experiência ao consumidor. Com isso, sua empresa pode criar lojas do tamanho certo, devidamente ajustadas ao seu consumo, e flexíveis para assumir novos papéis em uma jornada omnichannel. Mais um motivo para acelerar sua transformação digital!

Conte com a Linx para integrar suas lojas físicas ao digital e aproveitar todas as oportunidades de crescimento do varejo omnichannel. Fale com a gente!

 

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