Farmácias e drogarias
Experiência do cliente nas farmácias: dicas para 2024
Setor está aquecido para esse ano, e as tecnologias ganham destaque para otimizar a gestão, atendimento e ótima experiência do
A digitalização do varejo vem transformando a relação com os consumidores e mudando as regras do jogo. Para o varejo farmacêutico, isso muda tudo nos modelos de loja
Até poucos anos atrás, o varejo farmacêutico não era exatamente uma fonte de inovações em formatos de loja. As grandes redes tinham lojas parecidas, com cerca de 250 metros quadrados de área de vendas, e um mix de produtos semelhantes. As empresas de médio porte seguiam a receita e os pequenos se concentravam mais em medicamentos do que em itens de higiene e beleza.
Mais recentemente, porém, essa uniformidade foi destruída: surgiram diferentes formatos de loja – físicos, digitais e híbridos – para atender às mais variadas necessidades dos consumidores. E isso é muito bom, porque aumenta a possibilidade de personalizar o relacionamento e agregar mais valor.
O varejo farmacêutico, hoje, está começando a viver o que Lee Peterson, VP Executivo da WD Partners, chamou na NRF Big Show 2022 de Retail Supernova. “Supernova é aquela estrela que se despedaça e lança seu material para todas as partes. Da mesma forma, aquele varejo monolítico está sendo despedaçado pela digitalização dos negócios”, argumentou ele.
Nessa “supernova do varejo”, as empresas precisam estar atentas para oportunidades nos mais variados formatos de loja. Dessa forma, conseguem atender o consumidor em diferentes momentos, gerar mais negócios e aumentar a coleta e análise de dados dos clientes.
Nos próximos anos, veremos vários novos modelos de loja, que abrem novas possibilidades para empresas inovadoras. Não é uma questão de tamanho ou capacidade de investimento – e sim de agilidade para aproveitar as oportunidades.
A “supernova” do varejo farmacêutico faz com que aquela mesmice das lojas físicas muito parecidas fique para trás. Em vez disso, a farmácia pós-pandemia se apresenta de muitas formas diferentes para os consumidores em novos modelos de loja:
Embora a farmácia tenha, por natureza, uma vocação de proximidade e conveniência, a partir de agora isso se torna ainda mais importante. Os novos modelos de lojas de vizinhança precisam ter um mix de produtos muito ajustado para as necessidades de seu entorno, para que tenham os produtos em estoque e possam atender a pedidos online ou aos consumidores que vão até o PDV.
A pandemia desafiou o varejo farmacêutico a se digitalizar ainda mais, para poder atender à demanda repentina por produtos como álcool gel, máscaras, exames de Covid e, agora, autotestes. A análise dos dados de venda é essencial para que as empresas consigam se adaptar e ter agilidade para lidar com as incertezas do ambiente de negócios.
A pandemia acelerou uma transformação importante do varejo farmacêutico, que assumiu a posição de ser um centro de serviços de saúde e bem-estar. Com isso, o foco deixa de estar na venda de medicamentos e passa a estar na entrega de soluções para que o consumidor se sinta melhor. Na prática, isso significa uma reinvenção dos pontos de venda, com mais espaço para tratamentos e atendimentos pessoais.
Nesse conceito, o espaço físico do varejo farmacêutico passa a ser uma espécie de “sala VIP” para serviços de saúde, tratamentos e beleza. Com isso, passa a oferecer mais experiências e dá um real motivo para o cliente sair de sua casa e se deslocar até o PDV.
Ao contrário do que acontece em outros segmentos, como o de supermercados, em que as lojas físicas estão encolhendo, existe espaço para que as farmácias ganhem musculatura e se aproximem do conceito americano de drugstore – lojas de conveniência que oferecem um amplo mix de alimentos, bebidas, itens saudáveis, produtos para a casa… e até medicamentos!
Especialmente em regiões centrais das cidades ou em locais de grande movimento, o farmacêutico pode pensar em lojas flagship que oferecem mais espaço para que as marcas da indústria demonstrem seus produtos e criem experiências diferentes. Em megalojas, o foco está em encantar o cliente e aumentar sua fidelidade à marca.
Na direção oposta de oferecer experiências está a oferta de máxima conveniência aos clientes. Lojas autônomas são uma forma prática de levar essa conveniência, em pontos de venda automatizados que têm um mix de produtos muito ajustado às demandas do entorno. Assim como já acontece com minimercados em condomínios residenciais, essa é uma maneira de dar mais liberdade para o varejista, fazer a administração remota das vendas e dar mais liberdade para a farmácia inovar.
As dark stores são lojas físicas que só atendem a pedidos do e-commerce. Esse é um modelo que oferece uma série de vantagens para o varejo farmacêutico, como a possibilidade de simplificar a operação, acelerar as entregas na vizinhança, aumentar a eficiência do estoque e ter uma operação 24/7. Seja de forma independente ou atuando dentro de uma loja física (modelo que é chamado de side store), a dark store é um caminho importante para reforçar a vocação de conveniência das farmácias.
O Metaverso é o assunto do momento no varejo – e tem muito a ver com as farmácias. Afinal de contas, os universos virtuais são uma oportunidade de aumentar o relacionamento com os clientes, oferecer um canal relevante de contato com as marcas e criar novas oportunidades de venda.
Os varejistas mais inovadores no segmento farmacêutico já estão investindo nessa tendência. A rede americana CVS, por exemplo, entrou com pedido de registro da marca e logotipo de suas farmácias e clínicas de saúde para o ambiente virtual. A rede pretende criar lojas digitais em várias plataformas para vender medicamentos, itens de beleza e bem-estar, além de serviços como consultas médicas e consultoria em nutrição.
O exemplo da CVS mostra que a rede quer se relacionar com os clientes onde eles estiverem: online, no mundo físico, em plataformas de games… E indica um caminho importante para as empresas na “supernova do varejo farmacêutico”: siga o consumidor e esteja sempre disponível para ele.