Farmácias e drogarias
Experiência do cliente nas farmácias: dicas para 2024
Setor está aquecido para esse ano, e as tecnologias ganham destaque para otimizar a gestão, atendimento e ótima experiência do
Veja como a criação de ambientes virtuais no metaverso nas farmácias será cada vez mais importante no relacionamento com os clientes.
Hoje em dia, é impossível falar em tendências de varejo sem citar o metaverso. Não é à toa que ele foi o assunto mais discutido na NRF Big Show, no início do ano: a construção de universos virtuais, imersivos, que estimulam novas formas de interação entre pessoas, marcas, produtos e serviços, abre imensas oportunidades para quem estiver atento.
Antes de mostrar como o metaverso irá impactar o setor farmacêutico, é importante ir além do hype e desmistificar algumas coisas:
A televisão não acabou com o cinema, o streaming não destruiu o cinema, o e-commerce não eliminou o varejo físico até hoje. É seguro dizer que o metaverso não eliminará a ida do cliente às lojas físicas. Por um motivo muito simples: as pessoas gostam de estar com outras pessoas.
Mesmo em meio à maior pandemia dos últimos 100 anos, não foi fácil fazer a população ficar em casa. Por mais imersivo e prático que o metaverso venha a ser, os PDVs continuarão firmes e fortes. Se serão os mesmos que hoje é outro ponto…
Mundos virtuais existem há bastante tempo. O mundo dos games está aí para mostrar: ele movimenta muito mais dinheiro que o cinema e milhões de pessoas passam uma boa parte de suas vidas interagindo virtualmente com outros gamers e cuidando de seus “eus” digitais. Mas somente quando Mark Zuckerberg anunciou que sua empresa faria do metaverso sua prioridade estratégica é que o assunto passou para o cotidiano.
Mas, como disse Lee Peterson, VP Executivo da WD Partners, durante a NRF 2022: “Se o metaverso acontecer, será a partir da perspectiva do consumidor, e não segundo a visão de alguma empresa de tecnologia”. Então não compre a ideia de pessoas trocando a vida física pelo metaverso – mas lembre-se que elas passarão um tempo considerável nele.
O metaverso não é algo para daqui a 10 anos. De certa forma, ele já existe hoje – e continuará a evoluir. As empresas podem entrar agora nesse universo e tentar entender como será a evolução, ou podem aguardar mais um tempo para esperar a tendência amadurecer. As duas estratégias têm vantagens e riscos. Analise o que faz sentido para você – e não o que o concorrente está fazendo.
No fundo, falar sobre metaverso é ir muito além de construir avatares ou comprar terrenos virtuais em plataformas por preços insanos. Mais uma vez, vale ouvir o que foi dito na NRF 2022.
“Precisamos entender como o metaverso funciona, pois nossos clientes do futuro já estão lá hoje”, disse Patrice Louvet, presidente e CEO da Ralph Lauren. O metaverso representa um choque de culturas e uma transição de gerações: sua marca não estará no metaverso para atender o CEO da empresa ou seu cliente de hoje – e sim para se relacionar com seus futuros clientes.
Em 2030, as gerações Z e Alpha (os adolescentes e crianças de hoje, respectivamente) representarão 50% da população global, com um poder de compra maior que o dos Millennials e baby boomers. É um público que consome muito em meios digitais, comprando itens virtuais como skins, armas e cards para seus avatares em games, adquirindo NFTs de jogadores de futebol e valorizando marcas que encontram formas inteligentes e interativas de se relacionar com ele.
Considerando que hoje o metaverso está muito mais próximo do mundo dos games do que do dia a dia de seu cliente tradicional, as farmácias podem trilhar vários caminhos para construir uma presença virtual imersiva tanto nas plataformas que já existem quanto nas que ainda serão criadas:
Em muitos aspectos, comprar online ainda é parecido com comprar em catálogos. É preciso ver as imagens e ler uma descrição para decidir se aquele é o produto ideal para aquele momento. Bons e-commerces oferecem mais informação, acrescentando chatbots, vídeos, tutoriais, tabelas e outros conteúdos para dar mais segurança aos clientes.
O metaverso nas farmácias oferece a possibilidade de mudar essa experiência – dentro de uma visão omnichannel. É a ideia de criar um ambiente que o cliente possa visitar virtualmente, percorrendo a loja como faria no mundo físico e selecionando os produtos desejados. Um avatar de um colaborador (que poderia ser uma pessoa interagindo em tempo real ou um bot guiado por Inteligência Artificial) estaria à disposição para tirar dúvidas e oferecer um atendimento personalizado. Uma vez realizada a compra, os produtos são entregues em casa.
Essa é uma possibilidade que será usada no futuro por uma parte dos clientes. Mas é um futuro um pouco mais distante. Outros caminhos podem ser mais simples e rápidos.
Muitas marcas vêm usando o metaverso como um canal de conexão com os clientes. Uma vez que os jovens são muito ativos em plataformas de games, estar presente onde eles estão é uma forma de gravar sua marca junto a esse público. Nesse caso, a venda está em segundo plano: o primeiro objetivo é ser relevante naquele contexto.
No metaverso nas farmácias, isso pode significar, por exemplo, criar um espaço virtual em que os personagens podem ganhar vidas, receber tratamentos ou reforçar seu estoque de itens virtuais, como suplementos. Também pode ser um espaço para oferecer tratamentos extras – que tal um spa virtual para o avatar? E isso pode ser conectado ao mundo “real”, gerando oportunidades de venda de produtos e serviços de saúde e bem-estar no e-commerce e nas lojas físicas.
Interagir com os clientes no metaverso é uma forma de obter mais informações sobre os consumidores. Lembre-se: quanto mais dados sobre o cliente, maior a possibilidade de conhecer seus hábitos e preferências – e de, a partir daí, criar relacionamentos relevantes.
Em um varejo data driven, estratégias, táticas e promoções são desenvolvidos a partir da análise de dados sobre o comportamento dos clientes. O metaverso nas farmácias representa uma oportunidade adicional de entender o que engaja o cliente.
O metaverso também pode representar uma oportunidade de desenvolver novas linhas de produtos – não necessariamente no mundo físico. Os exemplos de marcas como Nike, Gucci e Balenciaga, que criaram itens virtuais para serem usados pelos avatares no metaverso, podem vir a representar linhas de receita significativas no futuro.
O metaverso pode ser um meio poderoso de estimular a fidelidade dos consumidores. Além de representar um elo adicional na cadeia de relacionamentos com os clientes, é uma oportunidade de criar mais mecanismos promocionais, brindes e prêmios para os consumidores fiéis.
Nesse caminho, os clientes podem ser recompensados no metaverso por suas compras (físicas, digitais ou virtuais): descontos ou brindes para os avatares, badges que reconheçam os clientes como especiais ou mesmo NFTs relacionadas à marca são possibilidades a serem exploradas.
Hoje, o varejo farmacêutico tem uma decisão a tomar: como aproveitar bem a oportunidade do metaverso nas farmácias? A resposta vem de Liz Bacelar, diretora executiva de inovação tecnológica global da Estée Lauder, durante a NRF 2022: “em vez de mergulhar de cabeça e replicar o que outras marcas estão fazendo, entenda o que agrega valor para o seu negócio, e então execute com perfeição”.