E-commerce
Fórum ECBR 2023: confira os principais insights do evento
O Fórum ECBR 2023, realizado no Transamérica Expo Center, em São Paulo, nos dias 25, 26 e 27 de julho,
Empresas no mundo todo estão readequando seus modelos de operação por conta da pandemia do coronavírus. Como adaptar seu ecommerce e minimizar os impactos da crise?
A palavra que melhor define o momento que enfrentamos globalmente é incerteza. Em um cenário que muda constantemente, com dólar em alta e queda das bolsas de valores ao redor do mundo, à primeira vista, pode parecer paralisante.
Porém, em meio às transformações radicais que empresas e sociedade estão vivendo diante da ameaça do novo coronavírus, também há oportunidades para evoluir os modelos de negócios e avançar ainda mais no ecommerce.
Esse período de turbulências será decisivo para definir quais são os empreendimentos resilientes e adaptáveis às mudanças. É imperativo que se tenha uma estratégia adequada de transformação digital para o momento econômico que estamos vivendo.
Neste artigo, elencamos como alguns setores do varejo estão lidando com as adversidades.
Em casa, comportamento online
Quarentenas em todo o mundo tornaram as pessoas mais dependentes da internet para se comunicar, trabalhar, aprender e se divertir. Dados preliminares do Comitê Gestor de Internet do Brasil (CGI) mostram que o tráfego de internet – tanto móvel como fixa – cresceu 30%. As pessoas estão buscando entretenimento em serviços de streaming, como Netflix e YouTube, e procurando se conectar uns com os outros em mídias sociais.
Com todos os campeonatos e ligas cancelados, o uso do site da ESPN, por exemplo, caiu 40,2% desde o final de janeiro, de acordo com a SimilarWeb. Ao mesmo tempo, vários sites de videogame tiveram picos de tráfego, assim como plataformas que permitem assistir outras pessoas jogando. O Twitch, o principal site de streaming de jogos, teve um aumento de 20% no tráfego.
De acordo com o estudo Kantar Thermometer, o vídeo é o formato de conteúdo favorito do brasileiro. Seja pela TV aberta, por assinatura, app de mensagens, streaming ou na internet, 99% dos entrevistados dizem consumir algum tipo de vídeo nos últimos 30 dias.
Impactos do coronavírus no ecommerce nacional
A quarentena e o decreto de fechamento da maior parte do comércio no país está causando uma profunda transformação no varejo. Por conta do distanciamento social recomendado e por praticidade, cada vez mais clientes vêm aderindo ao ecommerce.
Desde a confirmação do primeiro caso da doença no Brasil, em 25 de fevereiro, até o dia 20 de março, registrou-se um aumento de 30,5% em pedidos feitos e de 28% em faturamento, revela a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Entre todos os setores do varejo, o crescimento de novos consumidores no ecommerce foi de 12%, segundo estudo da Ebit|Nielsen. Isso equivale a quase meio milhão de estreantes.
Muitas das empresas e pequenos negócios que ainda não atuavam online passaram a adotar o ecommerce e os marketplaces como solução para o fechamento das lojas.
As categorias que tiveram maior crescimento foram:
Dados: Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com o Movimento Compre & Confie. Período analisado foi de 24 de fevereiro a 18 de março.
Tendências de consumo
Observa-se um aumento das categorias relacionadas a produtos de saúde e higiene.
Bens não duráveis
Variedade de produtos, cuidado na embalagem dos itens e rapidez na entrega são diferenciais para esse segmento. Houve um ganho em penetração significativo de segmentos tradicionalmente ligados ao comércio físico, como produtos de supermercado, bebidas e petshops.
Praticamente dobrou o número de novos consumidores no ecommerce de supermercados brasileiros, revelam dados da Ebit|Nielsen. O número de estreantes em compras online de supermercados cresceu 96% entre os dias 19 e 25 de março, na comparação com a semana anterior. Além de vermos a aceleração de categorias não perecíveis, decorrentes do comportamento de estoque, frios cresceram 106% e hortifrutigranjeiros, 93%.
Trata-se de uma migração de vendas que seriam realizadas no varejo tradicional. Por outro lado, esse movimento abre portas para fidelizar esse cliente após a crise por meio de estratégias de personalização, engajamento e reengajamento.
Saúde
Seja no varejo físico ou no ecommerce, o segmento de farmácia e drogarias registrou grande movimento desde o início dos casos de contaminação pelo coronavírus no país.
O principal item foi o álcool em gel, cujo número de pedidos subiu 4764%, seguido por nebulizador e inalador, com alta de 553%; e termômetros, com 375% de aumento. Mesmo itens mais habituais, como produtos para higiene íntima e sabonetes também registraram elevação de pedidos, de 88% e 50%, respectivamente. Os dados são da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) e Compre & Confie.
Além do ecommerce, os aplicativos de delivery de medicamentos também tiveram alta de pedidos. Só no Rappi, startup de entrega sob demanda, houve um aumento de 10% no volume de pedidos na vertical de farmácias na segunda semana de março. Naquele momento, o número de casos da doença no Brasil não era tão significativo quanto hoje e não havia mortes registradas. Levar a farmácia para o mundo online em poucos dias é a melhor estratégia de negócio no momento.
Veja também: Como a transformação tecnológica do varejo pode aumentar o resultado da sua farmácia
Restaurantes
O setor foi um dos que mais rapidamente sentiu o baque do confinamento social, já que as pessoas passaram a se alimentar em casa e parte da demanda foi para o delivery.
Nos Estados Unidos, apps de entregas de comida tiveram aumento de downloads de até 218% durante a quarentena, segundo a empresa de análise Apptopia. No Brasil, entre 20 de fevereiro e 16 de março, os downloads cresceram 24% em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar de grandes aplicativos, como Ifood, Uber Eats e Rappi, anunciarem ações para cadastrar novos negócios locais e pequenos e médios empreendimentos, os players não estão divulgando dados sobre o crescimento.
Alguns apps estão oferecendo gratuidade na taxa de entrega para pedidos feitos nesses estabelecimentos e estão investindo no marketing de empreendimentos locais no aplicativo e por email para os usuários da plataforma. Também estão optando por antecipar o pagamento de parceiros menores, para gerar melhor fluxo de caixa para os restaurantes.
Além disso, os aplicativos adotaram a opção “entrega sem contato”, na qual o consumidor pode pedir ao entregador para deixar o pedido na porta ou portaria da residência, para evitar a proximidade física.
Leia também: Como a tecnologia diminui os custos operacionais do seu restaurante
Moda
Esse é um momento de grande desafio para a indústria da moda. Ao lado da aviação e do turismo, esta foi tida inicialmente como uma das três áreas mais sensíveis os impactos da queda de vendas durante e pós-pandemia, de acordo com a Câmara de Comércio Internacional.
O tamanho do impacto ainda é incerto, mas segundo relatório da Altagamma, BCG and Bernstein, o setor como um todo pode perder cerca de 30 a 40 bilhões de euros este ano. Uma forma de minimizar o impacto é, sem dúvidas, reforçar o ecommerce.
“Com lojas fechadas, obviamente todos terão algum impacto negativo. Mas quem apostou antes e foi pioneiro na transformação digital agora está em uma posição privilegiada. Está conseguindo manter o relacionamento com consumidores, que também passam a reconhecer mais essa diferença.” – Pedro Martins para a E-commerce Brasil.
No ano passado, o mercado de moda e acessórios foi líder em número de pedidos no comércio eletrônico. O segmento respondeu por 21% dos pedidos e por 11% da receita do ecommerce, revela a Compre&Confie.
Esse é o momento de investir em comunicação online com os clientes e publicidade para as principais períodos sazonais do varejo.
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Educação e home office
Com empresas e escritórios fechados, criou-se, de forma não intencional, o maior experimento de home office da história em todo o mundo. Do mesmo modo, a educação a distância passou a ser adotada pela maioria das escolas e faculdades. No Brasil, isso não é diferente e tem impactos diretos no ecommerce.
Por conta de uma parcela significativa de brasileiros trabalhando em casa, o volume de vendas de notebooks na terceira semana de março se igualou ao vendido durante a semana da Black Friday em 2019, segundo a Nielsen Brasil. Ao mesmo tempo, o aluguel de notebooks para uso em home office também disparou.
Além do aumento da demanda por computadores pessoais, o mercado também abre margem para a venda de outro dispositivos, como roteadores, nobreaks e fones, bem como suportes, cadeiras e móveis de escritório.
Entretenimento e prática esportiva
Com academias e parques fechados, também houve aumento na venda de itens esportivos para a prática em casa. Cordas, colchonetes, halteres e anilhas estão entre os acessórios mais procurados, de acordo com a Netshoes. Na terceira semana de março, a procura de alguns desses itens tiveram um aumento de 2.500%, caso dos elásticos e faixas.
O mesmo pode ser visto no marketplace Mercado Livre, cujas vendas da categoria de produtos “Fitness e Musculação” registraram crescimento de 132% em março ante fevereiro. Em ambos, campanhas de descontos e frete grátis para roupas e equipamentos para treinar em casa ajudaram a alavancar o interesse dos clientes.
Além de itens educacionais, o setor de brinquedos no ecommerce também vislumbra boas oportunidades, uma vez que as crianças estão em casa e precisam ser entretidas. Segundo a empresa de análise de risco de fraudes no comércio eletrônico Konduto, houve uma demanda 7 vezes maior do que a normal por brinquedos.
Transformação digital para todos
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