Bares e restaurantes
Primeiros passos para abrir um restaurante de sucesso
Abrir um restaurante é um sonho para muitos empreendedores apaixonados pela culinária e pelo serviço de alimentação. Considerando que, segundo
As grandes mudanças no comportamento dos clientes nos últimos meses criam grandes desafios para a gestão do Varejo. Como ter sucesso em um ambiente com cada vez mais incertezas?
Os últimos meses trouxeram grandes mudanças no comportamento dos consumidores brasileiros. O fechamento de todo o varejo não-essencial e a preocupação com a contaminação deram um enorme impulso à digitalização dos negócios, ao mesmo tempo em que as questões de saúde provocaram forte alta (ainda que temporária) nas vendas de itens como álcool gel e papel higiênico.
Agora que boa parte do país está com o comércio 100% aberto e que as limitações da pandemia já se tornaram o “normal”, é preciso conviver com um novo desafio: como fazer o planejamento de estoques? Black Friday e Natal são as primeiras grandes datas em que a retomada da economia e o aumento do consumo precisam ser temperados com as limitações logísticas e de suprimentos.
Normalmente, o planejamento de estoques já é uma ciência complexa. Com o aumento das variáveis neste ano de 2020, passou a ser um aspecto estratégico para a possibilidade de recuperação das empresas e para que o varejo possa iniciar 2021 de forma positiva.
As ações de planejamento de estoques precisam levar em conta dois lados que têm sido impactados de maneira diferente pela crise de 2020: a oferta e a demanda. Do ponto de vista da oferta, fornecedores foram impactados com o fechamento de suas operações e de seus próprios fornecedores de insumos. Isso causa um efeito multiplicador em toda a cadeia de distribuição. É isso que faz com que, por exemplo, o setor de bebidas tenha que importar garrafas da Argentina para lidar com a falta de embalagens no mercado brasileiro.
Ainda hoje, oito meses depois do início do período de isolamento social, muitos fornecedores estão com capacidade reduzida de produção, seja porque suas equipes precisam seguir protocolos de distanciamento que reduzem a produtividade, seja porque outros membros da cadeia produtiva não conseguiram suportar os meses de crise.
Esse cenário é ainda mais complexo quando falamos de importações, que são extremamente relevantes em vários segmentos do varejo, como vestuário e brinquedos. Os impactos da Covid-19 em regiões como a China e o Sudeste Asiático impactam a chegada de produtos ao Brasil, mesmo que os fornecedores não estejam mais o epicentro da crise. Nos últimos meses, foi preciso buscar alternativas para o suprimento de produtos, inclusive trazendo a produção para mais perto, como forma de ter algum controle e mais visibilidade sobre os estoques.
No pós-Covid, essa reorganização da cadeia de suprimentos será muito importante, já que picos de venda e restrições implementadas rapidamente no caso de uma segunda onda continuam exigindo grande flexibilidade das empresas. É algo que pode ser visto claramente na Europa e que não se deve descartar no Brasil.
A demanda por produtos teve uma grande mudança nos últimos meses. Enquanto itens como álcool gel, vinhos e cervejas tiveram uma alta sustentada na demanda, produtos como papel higiênico viram um pico, para depois voltar a números normais. Por outro lado, categorias como materiais de construção, móveis, eletrônicos e eletrodomésticos cresceram, impulsionados pela necessidade de home office e pelas mudanças na rotina, com mais tempo dentro de casa.
Na outra ponta, viagens, bares e restaurantes embarcaram em um longo período de paralisação, com números ainda muito abaixo do ano passado. A conclusão é que cada segmento do varejo reagiu de forma diferente às mudanças trazidas pela pandemia: para alguns, foi uma tragédia, enquanto para outros a dificuldade está em dar conta do crescimento das vendas.
Para o planejamento dos estoques, todas essas situações são um imenso problema. A alta (ou queda) na demanda se manterá no longo prazo? As vendas em algum momento voltarão aos níveis pré-crise? Ou se acomodarão em algum ponto entre o que são hoje e o que foram um dia? Qual será o “novo normal” de cada categoria de produtos e segmento do varejo?
Alguns pontos a considerar:
Para cada varejista, a resposta é diferente. Mas só quem conseguir entender os motivos por trás do desempenho de 2020 saberá planejar bem seus estoques no pós-Covid.
Para a maioria das empresas, o momento atual é de vendas abaixo dos níveis de 2019 e dificuldades no abastecimento de suas lojas. Para retomar a trajetória de crescimento, é preciso buscar soluções em dois grandes caminhos:
A crise mostrou para as empresas a importância de digitalizar suas operações para entender mais seus clientes e poder tomar melhores decisões. Ao mesmo tempo, os tradicionais sistemas de planejamento tentam prever o futuro com base no passado. O problema é que sabemos com certeza que o futuro será diferente. Só não sabemos o quanto.
Por incrível que pareça, isso faz com que o planejamento dos estoques, vendas e ações promocionais deva se basear ainda mais em dados. A diferença é que é preciso, agora, extrair o máximo valor das informações obtidas durante a pandemia e criar cenários para o futuro. As incertezas aumentaram, mas quem não usar dados como o alicerce de seu negócio correrá ainda mais riscos.
Com o maior nível de incerteza, não basta planejar e executar os planos: é preciso ter um feedback muito rápido para entender se a empresa está indo no caminho certo. E, se não estiver, é preciso ser capaz de mudar rapidamente de direção. A nova realidade do varejo depende de ter objetivos de longo prazo e a capacidade de se transformar no curto prazo. Varejistas ágeis, capazes de percorrer rapidamente o ciclo fazer/medir/aprender/ajustar, estão em vantagem. Quem é mais adaptável tem mais chance de sucesso no varejo pós-Covid.
Daqui em diante, o planejamento de estoques será ainda mais importante. Acelere o uso dos dados e implemente métodos ágeis de gestão e inovação para sair mais forte e flexível desta crise.